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Criticamente em perigo
O Peixe-boi marinho é hoje o
animal mais ameaçado de extinção no Brasil.
A espécie é listada como “vulnerável a extinção” em âmbito mundial pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, 2012). Nos Estados Unidos é classificada como “ameaçada” pelo U.S. Endangered Species Act (1973). No Brasil é a espécie de mamífero aquático mais ameaçada de extinção, classificada como “em perigo crítico” desde 1989 (MMA, 2010).
Existem inúmeros fatores que podem levar os peixes-bois-marinhos à extinção ou contribuir para o seu desaparecimento. Os principais são:
Caça intensa no passado: quando os portugueses descobriram o Brasil, os peixes-bois eram abundantes nos mares e milhares de animais foram mortos. Os holandeses também promoveram a caça e a exploração econômica da espécie no Nordeste, durante o período colonial.
Pesca criminosa na atualidade: hoje encontra-se mais restrita à região amazônica e Maranhão, mas continua existindo. Em 86% das capturas, são utilizados arpões. Os pescadores também matam o peixe-boi a pauladas, facadas ou tiros.
Captura acidental: redes de emalhes ou arrasto e bombas caseiras utilizadas para pesca de peixes e crustáceos também provocam a morte de peixes-bois-marinhos por afogamento e lesões profundas, respectivamente.
Destruição dos locais onde vive: principal ameaça atual aos peixes-bois-marinhos é causada, em grande medida, pela ocupação humana desordenada e exploração econômica dos nossos litorais. O assoreamento dos rios, por exemplo, é o principal responsável pelo encalhe e morte de filhotes nas praias. Na região Nordeste, 25% dos óbitos são consequência do encalhe de filhotes. No Norte, esse percentual cai para 1,7% (nessa região, porém, a caça ainda é praticada). Com o assoreamento, as fêmeas não conseguem chegar ao interior do estuário na hora do parto e acabam parindo em mar aberto. Os filhotes são levados pelas correntes e encalham nas praias quando a maré baixa.
Poluição: provoca a morte pela ingestão de lixo e pelo envenenamento das águas e seu alimento.
Embarcações motorizadas: o choque das hélices e cascos dos barcos causa ferimentos sérios que provocam a morte ou amputação de parte dos animais.
A forte pressão da ocupação humana no litoral brasileiro tem dificultado a sobrevivência do peixe-boi marinho. Atualmente, estima-se a existência de apenas 500 exemplares da espécie no País. Mesmo no Nordeste, alguns estados já não registram mais a ocorrência do mamífero, como é o caso da Bahia e de Sergipe. No Brasil colonial, a espécie ocorria desde o Espírito Santo ao Oiapoque.
Comunicação
O peixe-boi se comunica através de pequenos 'gritos', chamados vocalizações. Esta comunicação é muito importante entre a mãe e o filhote. A fêmea é capaz de reconhecer o seu filhote entre muitos outros apenas pela vocalização.
Fôlego
Os peixes-bois, quando em atividade, podem ficar de 1 a 5 minutos debaixo d'água, sem respirar. Depois disso, eles precisam subir à superfície para "reabastecer" os pulmões. Já em repouso, podem permanecer até 20 minutos submersos.